POR UMA NOVA ESTRUTURA POLITICA
Decerto, nenhuma estrutura social sólida é construída da noite para o dia. As conquistas são gradativas e só acontecem através de mobilizações e incentivos constantes à participação política.
Tendo em vista que sem participação política não há mudanças significativas na estrutura social, torna-se importante atentar-se ao que é política e questionar quem, de fato, pode utilizá-la para realizar as mudanças almejadas. Podemos ainda refletir quais são as mudanças desejadas e a quem elas beneficiam.
Primeiramente é possível definir política como um conjunto de ações, seja individual ou coletivo, que implica diretamente no funcionamento da sociedade. O fato de se ter uma vida e buscar a melhor maneira de sobreviver já é em si um ato político. Toda atitude então adotada para se atingir um objetivo é uma interação com a sociedade e causa impactos em sua estrutura.
Definindo assim a política, conclui-se que qualquer indivíduo, bem ou mal intencionado, pode utilizá-la para seus interesses. Atualmente, a democracia representativa nos oferece um leque de opções desses indivíduos, ou seja, um leque de interesses individuais que podem ser votados para conduzir a vida de uma sociedade interia. Em outras palavras, a democracia representativa nos oferece pessoas para decidir sobre nossas vidas.
Mas, levando em consideração os interesses coletivos, podemos supor que um partido político é um conjunto de pessoas com o mesmo interesse, o que supostamente pode significar um grupo bem intencionado fazendo política para alterar positivamente a estrutura social. No entanto, sabemos que os partidos políticos são construídos e embasados em regras de uma sociedade hierarquizada, o que favorece e é conivente com a sociedade competitiva. Ora, afirmar que a competitividade é ferramenta para se atingir um objetivo é o mesmo que concordar com o bem estar de uns em detrimento do bem estar de outros. Logo, os partidos políticos representam os interesses egoístas competitivos e uma coletividade que se mantém através da desigualdade social.
É certo dizer que a sociedade em geral, levando em conta suas individualidades, quer viver da melhor maneira possível. Uma vida suficientemente satisfatória para todos os indivíduos só é possível se construirmos uma estrutura social que suprima a política hierárquica. É cabível dizer que muitos dos traços egoístas e competitivos que cada pessoa carrega são reflexos e marcas deixadas pelo atual sistema, que se mantém por estes valores e imprimem no indivíduo a ideia de que tais características são inatas à sua natureza.
Evidentemente, suprimindo a competitividade – ou seja, a política representativa e/ou quaisquer outras estruturas hierárquicas – remedia-se o egoísmo exacerbado que faz a manutenção da desigualdade social.
Mas como fazer isso? Faremos isso enaltecendo o espírito de solidariedade e ajuda mútua. Dessa forma, uma estrutura política coletiva não necessitará de um partido político, pois trabalhará com base no bem comum, não nos interesses egoístas. Todos os envolvidos poderão participar dos diversos campos políticos diretamente, através de assembleias e de decisões em consenso. É possível, primeiramente, criar pequenas estruturas que ajam de acordo com estes princípios, estruturas estas que podem ser formadas com propostas de ações sociais e culturais. Tais estruturas já podem ser concebidas nos dias de hoje, em pequenas escalas, divulgando as ideias de uma organização política horizontal (sem hierarquias).
Como já foi dito, nenhuma estrutura social sólida é construída de imediato, mas se nos educarmos desde já para a necessidade da ajuda mútua e atuarmos e nos organizarmos no que nos é possível de forma horizontal, estaremos contribuindo para que algo maior venha futuramente. Dentre tantas formas de semear esta ideia, reforçamos a importância em negar a democracia representativa e outras hierarquias e a importância em realizar uma atuação política pela solidariedade.
Prezados colegas.
ResponderExcluirTomei a liberdade de postar um comentário neste blog porque acredito que o voto nulo deve ser legitimado, pois ele é a opinião pública da insatisfação da escolha que os partidos fazem dos seus candidatos. Hoje o nosso sistema eleitoral não leva em conta a opinião pública direta com o voto nulo e diz não entender ao certo qual a intenção da parcela dos eleitores que lançam mão da escolha dos candidatos. Ora, simplesmente não consideram esses candidatos legitimados à sua representação. Contudo, o estado democrático de direito está embasado na representação partidária como intermediador da população e o sistema governamental. É questionável essa ideia? Pode ser. Mas abalar esse sistema significa abar a soberania nacional. Peço que façamos uma reflexão: Por que estamos cansados desse sistema governamental? Porque ele não é TRANSPARENTE. Não sabemos quanto pagamos de impostos cada vez que pagamos algum produto e qual o destino desses recursos, qual a parcela e o caminho desse dinheiro até chegar ao objetivo de melhorar os serviços públicos aos quais temos direito. Escola, Hospital, Transporte e previdência mal planejados e distribuídos enquanto o impostômetro contabiliza bilhões, trilhões de reais. Por outro lado, mensalões, cuecas dolarizadas, trens, metrôs superfaturados. E, com tudo isso, ainda sobre dinheiro para diversas bolsas distribuídas de forma totalmente sem clareza, sem objetivo. A transparência é o princípio de qualquer tipo de governo que tenha a intenção de desenvolver, de fato, o seu país. Portanto, fica aqui essa observação para contribuir com o aperfeiçoamento de um movimento que acho importante e legitimamente democrático - de fazer com que a voz do povo seja ouvida de verdade nas urnas, pois não são as pessoas que devem buscar a militância partidária, mas sim que os partidos venham ao povo - fora dos momentos eleitorais - para conhecer a vontade das pessoas. clovisrcruz@yahoo.com.br.
Concordo em gênero, número e grau com o que está descrito acima!!!!!
ResponderExcluirNÃO EXISTE VOTO NULO !!!!
ResponderExcluirNÃO VOTAR É FAVORECER OS CORRUPTOS !!!
Há uma divulgação enganosa dizendo que o voto nulo seria uma forma de protesto!!!
Isto só interessa àqueles que estão vencendo alguma eleição.. Pela lei brasileira, os votos nulos são como os votos brancos e as abstenções. Aliás, achar que anular seu voto vai incomodar os políticos é a maior ingenuidade!
Muito pelo contrário! O QUE OS POLÍTICOS CORRUPTOS QUEREM É QUE AS PESSOAS ANULEM SEU VOTO, para que eles sejam eleitos por conta de seus "currais" eleitorais. Eles "compram" e garantem o voto no seu reduto e como o resto da população anula seu voto (com o voto em branco, nulo ou abstenções), os corruptos garantem sua eleição!!!
PENSE MUITO BEM, ANTES DE JOGAR O TEU VOTO NO LIXO!